quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A “minha” Angra dos Reis.


 Angra dos Reis é originalmente um lugar de Ricos e Famosos, yates, champagne e muita badalação, certo? Talvez...

A “minha” Angra, sempre foi diferente disso, e acho que por isso que eu gosto tanto.
Na minha infância, meu tio trabalhava na usina e morava na vila de Mambucaba, condomínio de casas exclusivo para os funcionários da usina.
Pelo menos uma vez a cada dois meses, íamos eu, meu pai e minha mãe, de carro pela Rio-Santos para visitar a família, rever meus primos e ter um fim de semana diferente.
Lembro como se fosse ontem daquela tradicional parada na saída de Ubatuba, onde tinha um bolo de chocolate maravilhoso. Não sou de lembranças gastrônimocas, mas aquele bolo realmente é parte da minha história, até hoje lembro com saudades...
Passado o bolo de chocolate, um chochilinho bem de leve, e lá estávamos nós passando por Parati. 
Podem dizer que eu tenho uma ideia deturpada da cidade, e até voltei a Parati uns 2 anos atras para ver se livrava desse estigma... Mas gente, só chove naquela cidade! Era tradicional, acordar do cochilo e ver tudo cinza, ou tudo cinza com chuva e raios. Enfiam, só haviam duas opções possíveis para aquela passagem relampago.
Ai então finalmente chegávamos em Mambucaba.
Sempre morei no litoral, mas nunca “na praia”. E lá em Mambucaba, ahh, o mar de Mambucaba... Com aquelas casinhas todas iguais, que frequentam até hoje o meu imaginário de condomínio ideal, íamos dormir ouvindo o barulho das ondas. O mar sempre agitado naquela região era garantia de um sono embalado pelo quebrar das ondas.



Meus tios estavam numa fase de “ascenção econômica”, compraram um apartamento e uma lancha, ambos no Bracuy. Bracuy era uma espécie de vila a beira mar, um pouco adiante das usinas, onde tinha marinas com os barcos e aquele ar de “Angra das celebridades”. Pelo menos é assim que eu me recordo.
Estive lá recentemente, e o que mais me marcou dessa vez foram as ruínas que lá se encontram, antes de chegar na orla.


Rastros de uma lembrança me trazem o passeio de lancha que fizemos. Com uma parada para petiscar em alguma das ilhas... 
Lembro apenas de esboços daquela época, mas guardo com muito carinho as lembranças da “minha” Angra dos Reis.

P.S> Alguns muitos anos depois, conheci a “Angra dos Reis” do Renato Russo. Totalmente diferente daquela da minha memória, e também diferente da Angra de “Caras” que conhecemos hoje. Mas arrebatadora e sinestésica, como o Renato por certo enxergava a construção daquela usina. 


Não importa quem nem quando, mas acho que é impossível passar indiferente pela Angra dos Reis!